Os diários são escritas terapêuticas?
Olá, sejam bem vindo! Como vocês estão?
Estava revisando alguns artigos sobre escrita terapêutica e lembrei dos diários que eram tão comuns a alguns anos… Depois falarei sobre a escrita terapêutica, mas agora vamos para os diários…
Antigamente tínhamos nossos diários que guardávamos com a vida, onde depositamos nossos sentimentos, nosso dia a dia, com ele tínhamos um diálogo conosco sem filtro e sem reservas. Com ele poderíamos jogar as emoções e fazer o recordatório do dia.
Esse simples hábito, tem um poder impressionante sobre a visão que temos da vida e com ele temos uma capacidade maior de interpretar e dar significado ao que acontece conosco e em nosso entorno.
Marco Aurélio, sim, o imperador romano também fazia relato de sua vida. Temos Meditações, que ele escreveu, falando sobre si e sobre o estoicismo.
Temos as confissões de Santo Agostinho, que se olhar bem, não deixa de ser uma escrita terapêutica, pois ele colocou naquelas páginas, sua vida, conversão e pode finalmente encontrar com Deus.
Sim, nós também podemos fazer nossos relatos e colocar pelo avesso nossa alma e sentimento. Além da caneta e papel, temos teclados, mas aconselho fortemente o uso do papel para se expressar, pois ficará mais visceral. Se não conseguir escrever, desenhe, pinte, cante, mas se expresse.
Mas a escrita é muito poderosa e é uma grande aliada.
Ainda não consegue escrever leia…
Leia lenta e vagarosamente, saboreando cada página.
Muitas vezes está nos faltando repertório…
Alguns livros conseguem colocar para nós sentimentos que não sabíamos com expressar mas a outra pessoa conseguiu colocar e com isso aprendemos que podemos nomear e compreender melhor a vida. Afina de contasl, o ser humano entende o outro ser humano. Opa, então existem formas de colocar em folhas isso!!!!
Somos brasileiros, mas a vida humana tem muitos paralelos. Podemos ler literatura brasileira ou internacional, de acordo com o que vai aparecendo…
Eu por exemplo, tenho muitas leituras religiosas, mas, também leio romances como Paz e Guerra, que tem vários personagens surpreendentemente tão humanos que podemos ver em cada um, uma pessoa ao nosso redor.
Santa Teresinha do Menino Jesus e Santa Faustina mudaram o mundo com seus diários. Quem diria que uma freirinha francesa escondida tinha tanta vida interior e a outra na Polônia assolada pela guerra poderia difundiu a Divina Misericórdia…
Quando você pega, por exemplo, Clarice Lispector, podemos ouvir sua conversa interior, tão impressionantemente desorganizada e encantadora.
Marina Colassante, e seu prisma sobre coisas simples que a torna mais brilhante e encantada.
Temos Sérgio Cortella, filosofando, e colocando diante dos nossos olhos o óbvio… Ele traduz para linguagem simples e cotidiana a filosofia que é a mesma de séculos e séculos…
Lúcia Helena Galvão, com grande elegância, filosofa em páginas e nos vídeos da internet. Buscando fragmentos para nós alimentar. E pense, sempre nos surpreende!
Temos Ana Beatriz Barbosa, psiquiatra, que tanto escreve, como palestra. Tem um depoimento lindo, em que ela fala que no início pensava que não conseguiria escrever, e começa com uma caneta BIC em folhas de A4 e hoje tem muitos livros lançados… Ela escreve como fala! Esse seria o segredo do seu sucesso?
Entre muito mais a relatar, pegue sua BIC e seu caderno que eu sei que está em algum lugar e escreva sem parar todos os dias.
Não precisa mostrar para ninguém ou pode mostrar para o mundo.
Sugiro que no início relate:
Como foi meu dia hoje?
Como você despertou?
Sonhou?
Rezou, orou ou meditou… No meu caso costumo rezar!
Manhã, tarde e noite… Rotina, convívio no ambiente de estudo e trabalho, no lar…
Está dominando a primeira parte? Então vá em frente e saia do mundo exterior descritivo e entre em seu mundo interior…
Não precisa ser tudo, mas precisa ser sempre…
Se há segredos, depois rasgue o que escreveu, mas registre…
Deseja, alcançar algo concretize pelo menos nas linhas de papel… E depois o mundo será seu!



